A pele
“...A pele, que recobre a superfície exterior do corpo, é impermeável à água e aos gases. Não deixa penetrar os micróbios que vivem à sua superfície, e tem até o poder de os destruir com auxílio de substâncias que segrega. Mas podem atravessá-lo os tão minúsculos e perigosos seres que chamamos de vírus. Pela sua face externa acha-se exposta a luz, ao vento, à umidade, à secura, ao calor e ao frio.
Pela sua face interna está em contato com um mundo aquático, quente e privado de luz, no qual células dos tecidos e dos órgãos vivem a semelhança de animais marinhos.
A despeito da sua delgadeza, defende efetivamente o meio interior das variações incessantes do meio cósmico.
É úmida flexível, extensível, elástica, ingastável.
É ingastável, porque se compões de várias camadas de células que se reproduzem incessantemente. Estas células morrem, permanecendo unidas umas às outras como as telhas dum telhado, como telhas que continuamente o vento levasse e continuamente fossem substituídas por outras.... A pele é, portanto, a fronteira, quase perfeitamente defendida, dum mundo fechado...”
O homem, esse desconhecido
Dr. Alexis Carrel - 1936
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